Fashion Tips,  Trend

Styling Tips: A História do Cinto e Como Compor Looks

Na semana do cliente, nosso post da semana vai falar um pouco sobre como utilizar o acessório mais popular que existe. O cinto tem uma história bem antiga e faz parte das nossas vidas há mais tempo do que imaginamos. Existem relatos de seu uso desde a idade do Bronze, aproximadamente 3.000 a.C.

Hoje, além da história, vamos te mostrar como compor looks com o acessório que faz parte da nossa vida. E sabe o que é melhor? De acordo com o seu estilo.

História do Cinto

Sendo um dos artigos de vestuário mais antigos, o cinto e a faixa são um símbolo de ligação e de unificação e, por consequência, conferem força, poder e tranquilidade ao seu possuidor. No Oriente, o cinto e a faixa faziam referência à sinais de hierarquia e de proteção. Já na Bíblia, o cinto é um símbolo de ligação com o divino e da vocação para servir Deus. Os monges usavam o cinto como um sinal de pobreza e despojamento dos bens materiais, mas também como um sinónimo de castidade, uma vez que na tradição cristã os rins simbolizam a força e a potência.

Durante a Pessah, a Páscoa judaica, os judeus usavam uma faixa à volta da cintura para celebrar. Enquanto na tradição islâmica, desatar o cinto era uma forma de expressar que alguém tinha renunciado à sua fé. Na Idade Média, as mulheres faziam uso da peça até ao dia do seu casamento, e eram desatados apenas por seus maridos. Em contramão, as mulheres viúvas colocavam os seus cintos no túmulo dos seus maridos defuntos, significando com isso que abdicavam da sua sucessão, numa clara simbologia de fecundidade e fertilidade. Na Antiguidade grega e romana, dizer que uma mulher tinha desatado o cinto significava que ela se tinha entregue sexualmente.

Simbologia

Símbolo de poder para as autoridades, sejam elas policiais, militares ou da magistratura, a deposição do cinto simboliza a renúncia ao cargo e à autoridade. Nas artes marciais, por exemplo, o cinto é sinónimo de distinção e hierarquia, através das suas diferentes cores, começando pelo branco e terminando no negro.

Na Índia, os rituais de iniciação sagrada dos jovens incluem uma faixa enrolada em volta da cintura, simbolizando a proteção e a purificação. Enquanto no Antigo Egito, o nó de Ísis dado num cinto ou numa faixa era um símbolo de imortalidade, força e proteção.

Durante a Primeira Guerra Mundial, nas Forças Armadas da Prússia, Rússia Czarista e outras nações orientais, o cinto era usado do lado de fora do uniforme para segurar o sabre e desenhar a cintura. Assim, agregava-se uma silhueta que tornou-se característica da época: ombros largos e peitoral elevado.

O Cinto Como Peça Desejo

No final do século XIX, a art nouveau se popularizou tanto na arquitetura quanto na moda. O cinto, que até então era feito com o mesmo tecidos dos vestidos e saias, passou a receber fivelas decorativas e se tornou um item de desejo.

Já na década de 1920, os cintos começaram a invadir os guarda-roupas masculinos, ao mesmo tempo em que a moda voltou seu olhar às mulheres. Foi nessa época que o acessório firmou-se como peça desejo, uma vez que começou a cumprir um papel além de apenas segurar as peças, marcando as silhuetas femininas.

Os acessórios ganharam ainda mais visibilidade no final da década de 1940, com o New Look de Christian Dior. O estilista revolucionou a moda no período Pós Guera e consagrou Dior como um dos estilistas mais importantes da história. A mulher do New Look tinha cintura bem marcada, afinada por cintas e espartilhos. Seu busto era natural e as saias amplas e rodadas, com comprimento sempre 40 cm acima do chão.

Acompanhando as Tendências

Após o New Look, os cintos passaram a acompanhar as tendências de moda e receberam modelos em vários tipos de materiais, como couro, plástico e correntes douradas. Nos anos 1960, por exemplo, houve a popularização do cinto de “cowboy” com fivela grande, fazendo referência ao Velho Oeste.

Durante os anos 1970, a moda voltou o olhar para o armário masculino e o acessório recebeu uma gama de variedades para atender o público. O cinto de argolas criado por Yves Saint Laurent, marcou um grande sucesso nos anos 70.

A influência dos estilistas japoneses na Moda, durante os anos 80, também influenciou a produção e o uso dos cintos. Os acessórios apareceram com muito tecido, drapeados, pregueado, assimétrico, tudo muito amarrado à cintura, com cintos largos ou muitas voltas com cintos longos, enrolados ao corpo.

Agora que te apresentamos um pouco da história do cinto e suas tendências ao decorrer dos anos, chegou a hora de combinar! Já que a moda recicla tudo, vemos muitos modelos destes citados usados hoje em dia. Assim, vamos te mostrar como combinar o acessório, de acordo com a sua necessidade e estilo, e multiplicar suas possibilidades de looks.

Básico

(Reprodução: Pinterest)

Já experimentou o poder dos acessórios nos visuais básicos? Sabemos que quem é adepta a esse estilo sempre coloca o conforto em primeiro lugar, mas para aqueles dias de muita inspiração, vale a pena apostar no poder transformador dos cintos!

A calça jeans e camiseta de malha de – quase – todos os dias ficam ótimas com um bom cinto preto, marrom, azul marinho ou bege. A nossa dica é acrescentar a sua cor preferida em um dos modelos de cintos com fivelas mais robustas. Já que é certeira a conquista de um visual moderno e muito mais atual, com um simples detalhe.

As estampas também estão valendo: se você não tem coragem de aderir a um look com alguma peça ou sapato de animal print, aposte no cinto, que pode ser no modelo convencional de couro, de camurça ou até mesmo um lenço com sua padronagem favorita.

Inspire-se

Elegante

(Reprodução: Divulgação)

A mulher clássica tem um estilo sóbrio, discreto, elegante e atemporal. E dentro dessas características, cabem diversas peças, calçados e acessórios, pois apesar de termos um estilo predominante, temos outros secundários que complementam com nuances diferentes, a fim de expressar melhor nossa personalidade e não deixar o visual monótono demais

Quanto aos cintos, escolher os básicos de couro com fivelas metalizadas são opções óbvias e essenciais no closet tanto da clássica quanto da mulher de qualquer outro estilo. Você também pode deixar o visual ainda mais arrojado com um cinto de linhas básicas colorido, ou com uma base comum de couro e com uma surpreendente fivela com design minimalista, mas de tamanho exuberante. Assim, qualquer look receberá um toque mais arrojado, do conjunto composto por blazer e calça, até o vestido estruturado de alfaiataria.

Inspire-se

Fashion

(Reprodução: Pinterest)

Com um apreço imenso por misturar estampas, cores, modelagens e estilos, pode acrescentar desde um cinto de couro básico aos visuais mais extravagantes para equilibrar informação, até trazer graça à alguma produção mais sóbria com um dos modelos de cintos com brilho.

Invista na tendência da temporada e produza um look color blocking, com cada peça em uma cor diferente, mas com a mesma intensidade de tons, por exemplo. Um macacão branco com um cinto grosso e de proporções exageradas para ganhar todas as atenções do look; nos pés, o calçado pode ser em tonalidade contrastante, como fúcsia ou laranja.

Os cintos que possuem itens para prender bolsas na cintura (belt bags), por exemplo, também são tendência confirmada. Além da praticidade, eles acabam por tornar-se pochetes versáteis que combinam super bem em looks criativos com uma alta dose de contemporaneidade.

Inspire-se

Romântico

(Reprodução: Pinterest)

Geralmente associamos os cintos finos e em cores adocicadas ao estilo romântico. O modelo realmente funciona em visuais com nuances bem femininas, mas como em todos os estilos, é preciso dosar a informação de cores, modelagens e detalhes, para que as produções não fiquem caricatas e sem informação de moda.

Usar os cintos com vestidos, por exemplo, resultará em looks femininos e com uma silhueta bem marcada. Você pode seguir uma nuance mais delicada e retrô, combinando modelos com saia rodada e cintos mais finos. Uma vertente moderna também cria um visual incrível, com vestidos de comprimento midi, em cores femininas como o rosa, mas em tonalidades mais intensas. Eles também podem ser compostos com um cinto tipo faixa, mais grosso, marcando bem a cintura.

Inspire-se