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Quais São os Tipos de Couro?

O couro é sempre lembrado quando falamos em material versátil e atemporal. Do estofamento dos carros ao detalhe de uma jaqueta, o material é muito utilizado na indústria. Seu uso permite inúmeras formas de aplicação que, muitas vezes, passam até despercebidas para nós. Mas, afinal, quais os tipos de couro que existem no mercado? Todo couro que usamos vem do animal?

Para responder essas questões, nós resolvemos entrar de cabeça no mundo de um dos materiais mais antigos e escrever esse post para sanar todas as dúvidas que (ainda) existem sobre o uso do couro. Assim, você poderá escolher o tipo ideal para você e saber as diferenças entre eles.

Por que Couro?

Por ser um material resistente e de origem natural, existem registros de sandálias em couro nos antigos hebreus, há mais de 4 mil anos atrás. A primeira vestimenta humana foi a partir do couro e das peles de animais, onde os guerreiros usavam as roupas para proteção do frio e defesa. Foi só no século XIX que inventaram um método de curtição apropriada para o material.

O couro também foi associado à indústria de encadernação devido à sua popularidade durante a Era Vitoriana. Romances de autores famosos como Charles Dickens e Oscar Wilde foram imortalizados em couro dourado e as primeiras edições agora custam milhares de libras em leilões.

Em síntese, existe atualmente quatro grandes grupos para encaixar o material: legítimo, sintético, vegano e ecológico.

Couro legítimo

O couro natural ou legítimo é o material extraído da pele de animal. Os tipos de couro legítimo passam por várias etapas até chegar ao resultado final, por isso possuem características marcantes que não são encontradas nos outros materiais.

A durabilidade do material é o seu ponto principal para diferenciá-lo. Materiais de couro legítimo duram por muito mais tempo do que materiais sintéticos. Outro fator curioso é o cheiro. Apesar de soar estranho, materiais de couro legítimo possuem odores bem específicos em relação a outros materiais.

Sua textura mais resistente e menos maleável, também deve ser observada na hora de diferenciar. Por ser impermeável, o couro legítimo tem uma textura naturalmente mais áspera e as peças são mais encorpadas. Também pode apresentar pequenas rachaduras ou marcas, que são características naturais da pele do animal.

O couro legítimo passa por um longo processo de curtimento, com a intenção de estabilizar o material resultante, para que ele não endureça demais nem apodreça. Primeiramente, é necessário preparar a pele, raspando-a para retirar qualquer carne, gordura ou pelo. Assim, ele recebe uma pasta de cal, branqueador ou produtos para matar as bactérias na pele.

Depois que acaba o curtimento propriamente dito, o couro é colocado para secar. Então, começa o processo de “encrostamento”. O couro pode ser afinado, curtido novamente e lubrificado antes de ser colorido, amaciado e cortado.  Conseguimos encontrá-lo com facilidade em diversas cores e estampas.

É muito usado e valorizado na confecção de bolsas, sapatos e carteiras, e em peças de roupa, como as jaquetas clássicas. O tipo mais popular é de origem bovina, mas o couro de cobra ou de jacaré também existem e sempre dão as caras nas vitrines.

Sintético

Apesar de possuir uma textura similar ao couro legítimo de primeira vista, existe a lei nº4.888 de 1965 que proíbe classificar “couro” de origem que não seja animal como “couro”. Esse material sintético é mais maleável e acessível que o couro legítimo, tornando-se uma ótima opção para quem procura versões mais econômicas. Contudo, é importante saber que sua qualidade e durabilidade não serão as mesmas se compararmos ao couro legítimo.

A produção do sintético pode se dar a partir de três processos diferentes:

  • Poliuretano (PU):  É o processo mais comum para a produção de sintéticos, principalmente para peças de roupas. Além de ser um dos mais acessíveis, ele pode ser combinado com as produções de materiais ecológicos.
  • Polipropileno: Este processo é muito utilizado em bolsas e acessórios pela facilidade de manuseio e elasticidade. Apresenta uma resistência maior, porém ainda mais baixa do que o couro natural.
  • Polivinílico: Neste processo, é possível chegar em texturas únicas e originais, como é o caso do vinil. No entanto, ele é o menos empregado nas grandes produções. Nem sempre é possível identificar o tipo composto químico utilizado para produção de couro sintético. Procure nas etiquetas de roupas e acessórios para saber em qual tipo de processo foi realizado. Caso não tenha, desconfie das informações oferecidas pelo vendedor ou fabricante. O risco de pagar por produto que não corresponde a seu real valor é alto.

A Bauarte oferece peças neste material e buscamos sempre trazer as melhores versões nos produtos de material sintético. A ideia é que exista uma alternativa para o couro legítimo, também disponível nas nossas lojas.

Couro ecológico

Não é segredo que a produção de couro legítimo é poluente e degradante. Somando com a preocupação em relação ao meio ambiente cada vez maior, foi desenvolvido o couro ecológico. Sua composição é similar com a do legítimo, já que também tem origem da pele animal. No entanto, as substâncias usadas no processo de curtimento são menos nocivas para o meio ambiente e não promovem grande degradação na natureza.

O couro ecológico passa por processos que visam minimizar a quantidade de metais pesados e poluentes em sua composição, como o cromo. O tratamento do couro ecológico é basicamente composto por taninos vegetais. Essas substâncias tornam as proteínas existentes na pele mais resistentes à decomposição. Além disso, por utilizar menos água em sua produção, o material também se torna menos poluente.

Assim como o couro legítimo, dá para produzir diferentes peças com o ecológico. Ele permite o tingimento e recebe estampas diversas.

Material Vegano

Sim, o veganismo chegou para ficar! Diante do impulso por produtos veganos e sustentáveis, produtores ecologicamente conscientes estão se voltando para produtos isentos de cureldade anima. O objetivo é que funcionem como uma alternativa ao tradicional sintético e isentos de PVC. O material vegano (só deve ser denominado couro, materiais de origem animal) e amigo do meio ambiente pode receber texturas e acabamentos variados, porém não é tão permeável quanto o couro verdadeiro e ainda não absorve facilmente o tingimento.

Montadoras de luxo, como a Tesla, BMW, Mercedes-Benz, Lexus e Ferrari, já oferecem interiores de automóveis em material vegano de alta tecnologia e inovador. Além de reduzir a produção de carbono da montadora e enfatizar a sustentabilidade da empresa, o uso do material vegano em produtos de luxo demonstra que este ele é versátil e pode sim substituir o couro animal.

Vale lembrar que o material vegano NÃO é como o sintético. O PU, por exemplo, possui base de petróleo altamente tóxicas e poluentes, portanto, não devem ser consideradas as melhores alternativas, mesmo que apresentem credenciais cruelty free (livre de crueldade).

O material vegano precisa ter uma base natural para ser, de fato, vegano. Logo, sua cartela de materiais é bem extensa. Nós separamos 10 tipos de materiais veganos para sanar (ou aguçar ainda mais) nossa curiosidade. E sabe o que é melhor? Marcas como Stella McCartney e Marc Jacobs já estão voltando seus olhares para esse tipo de material, incluindo em suas cartelas de coleções, fazendo com que a demanda só cresça.

  • Uva: o Vegea, totalmente natural, é feito de cascas de uva, caules e sementes descartadas na produção de vinho. E o melhor, as tonalidades naturais da uva dispensam o uso de corantes.
  • Maçã: o Frumat utiliza a celulose residual do processo de prensagem da sidra.
  • Abacaxi: o Pinatex é um subproduto obtido a partir da fibra da fruta. É macio, flexível e respirável e pode ser impresso, costurado e cortado. A marca Hugo Boss escolheu o material para o lançamento de uma coleção de calçados veganos.
  • Cortiça: o processo utiliza a casca das árvores de sobreiros. É utilizado por marcas como Chanel, Louboutin e EVE, devido às suas qualidades naturalmente impermeáveis ​​e textura orgânica.
  • Cogumelo: o Mycotech lembra camurça e é feito a partir de cápsulas de cogumelos com ingredientes não tóxicos. O material biodegradável é mais macio, mais respirável e mais repelente à água que o couro de animais. Foi incluído este ano na cartela de materiais da Stella McCartney.
  • Milho: feito a base de polímeros derivados de plantas de fontes naturais renováveis. A principal matéria-prima é o milho de campo.
  • Algodão encerado: o algodão, preferencialmente orgânico, é um substituto perfeito para o couro. Marc Jacobs já utiliza em jeans e bolsas.
  • Madeira (casca de árvore): semelhante à cortiça, feito de madeira sustentável, o couro de madeira é durável, forte e devido às variações naturais produz peças únicas. Utilizado por Dolce e Gabbana.
  • Agave: as folhas grossas que crescem a partir da planta, são usadas para produzir uma fibra fina que é tecida em acessórios normalmente feitos de couro.
  • Café: utiliza grãos de café. O material inovador, produzido e patenteado pela empresa Alemã Nat-2, ainda carrega aquele cheirinho de café. Adorável, não?!

Aqui na Bauarte, você encontra produtos veganos Nicole Lee, uma das primeiras marcas a apresentar certificação PEETA. O material se dá a partir de fibras de rochas seixo.


É fundamental lembrar o quão essencial é escolher materiais de qualidade na hora de comprar suas peças. Ao escolher seus produtos, certifique-se de que é uma empresa responsável, como a Bauarte, que traz opções de qualidade inclusive em itens feitos de couro sintético. Com isso, suas peças vão durar mais, além de terem um aspecto bem mais bonito para seus looks.

Confira em nosso site as bolsas e acessórios que contam com essa qualidade ao mesmo tempo que trazem muito estilo e informação de moda!